Nos últimos anos, programas de diversidade têm ganhado destaque nas estratégias de recursos humanos das empresas. Em 2021, a oferta de vagas afirmativas aumentou 56,35%. Os números são animadores, mas ainda é preciso ir além.
Embora o recrutamento seja um importante primeiro passo, é preciso garantir mais do que isso. No Brasil, 86% das mulheres negras afirmam terem sofrido racismo no ambiente de trabalho. Isso demonstra que é preciso fazer mais do que oferecer oportunidades. O ambiente precisa estar preparado para receber pessoas diversas.
Os programas de diversidade precisam pensar na inserção dos colaboradores, mas também no avanço de suas carreiras.
Neste artigo, discutiremos porque os programas de diversidade precisam ser mais abrangentes e como fazer isso. Confira!
Porque programas de diversidade devem ir além
Embora a diversidade no recrutamento seja fundamental, ela não garante a igualdade de oportunidades ao longo do tempo.
Mesmo com o aumento da escolaridade, pessoas negras ainda são minoria nos cargos de liderança. De acordo com o IBGE, apenas 3% das mulheres negras ocupam cargos de alta gestão. Além disso, ainda existe uma grande discrepância nos salários.
Para realmente resolver esses problemas, os programas de diversidade precisam ser abrangentes. O ambiente de trabalho deve ser inclusivo e permitir que todos os colaboradores alcancem seu potencial. Para isso, é necessário pensar em alguns fatores.
Transformar a cultura
Não é incomum que colaboradores de grupos minoritários se sintam excluídos. Isso pode acontecer quando a empresa não se preocupa em construir uma cultura que valorize a diversidade.
Sem uma cultura de inclusão será difícil manter talentos diversos. Situações como ter suas ideias invalidadas ou serem ignorados quando passam por algum tipo de descriminação se tornam comuns.
Construir uma cultura que valoriza a diversidade requer um compromisso claro da liderança. A partir disso, será possível construir ações concretas, garantindo que todos os colaboradores se sintam respeitados.
Incluir os colaboradores
Com uma cultura de inclusão estabelecida, será possível pensar em ferramentas que auxiliem no bem-estar dos colaboradores.
É preciso garantir que eles sejam ouvidos e se sintam pertencentes. Ações como:
- Promover um ambiente acolhedor a todas as ideias;
- Valorizar a singularidade de cada um;
- Contratar mais de uma pessoa do mesmo grupo minoritário;
- Promover a interação e aceitação entre o time.
São extremamente importantes para que a inclusão saia do papel e aconteça na prática.
Reter os talentos
Em um ambiente que valoriza e inclui os colaboradores, será muito mais fácil retê-los. Mas, além disso, uma boa estratégia de retenção é oferecer oportunidades de crescimento.
Pessoas de grupos minoritários possuem mais dificuldade de avançar na carreira. Por exemplo, se pessoas negras e brancas ganhassem os mesmos salários, o Brasil ganharia R$ 1 trilhão em renda.
Ainda existe um abismo que precisa ser fechado em relação ao crescimento profissional. Quando os programas de diversidade já desenham um plano de carreira, esse é um grande benefício para os colaboradores.
Dessa forma, é possível fazer com que os talentos cheguem e permaneçam.
Como expandir os programas de diversidade
Expandir os programas de diversidade é muito positivo, tanto para empresa quanto para os colaboradores. Agora, é preciso entender que atitudes tomar para de fato ir além do recrutamento. Essas são algumas ações possíveis.
Treinamento em diversidade e inclusão
Para que a cultura seja realmente inclusiva, todos os setores da organização precisam caminhar juntos. Por isso, programas de treinamento são uma boa ferramenta.
Oferecer treinamentos para os colaboradores sobre assuntos como:
- Importância da diversidade no local de trabalho;
- Letramento racial;
- Comunicação inclusiva.
Ajuda a promover uma maior compreensão e empatia entre as equipes.
Comitês de diversidade e inclusão
Os comitês são um espaço formal com o objetivo de promover a diversidade. Lá, os colaboradores irão estruturar e executar ações que incentivem a inclusão.
Dentro dos comitês existe uma organização hierárquica, para que cada um assuma uma função. Dessa forma, é possível propor novas ações de maneira coordenada.
Isso permite que colaboradores de diferentes origens tenham voz e influência nas decisões. Além disso, auxilia na identificação de questões específicas que precisam ser abordadas.
Portanto, é essencial que as considerações levantadas pelo comitê sejam realmente ouvidas pela liderança.
Mentoria e patrocínio
Estabelecer programas de mentoria e patrocínio pode ser extremamente benéfico.
Colaboradores minoritários ganham muito recebendo orientação personalizada de mentores. O objetivo é que esse suporte facilite a jornada profissional. Assim, eles terão acesso a oportunidades que talvez não alcançariam sozinhos.
Já os patrocinadores serão responsáveis por alavancar ativamente a carreira desses colaboradores. Eles irão advogar em favor do talento que patrocinam. Isso fará com que o caminho desse talento até uma promoção, por exemplo, seja mais curto.
Desenvolvimento de habilidades
Além dos treinamentos de diversidade e inclusão, é preciso promover treinamentos de habilidades.
Esses treinamentos ajudam a preencher lacunas. Isso possibilita que bons colaboradores sejam capacitados para assumir funções mais altas. E quando pensamos em grupos minoritários, esse tipo de treinamento fará diferença em suas carreiras.
Rede de apoio
É essencial que os colaboradores de grupos minoritários se apoiem e se conectem. Para além do comitê de diversidade, que tem uma função institucional, é necessária uma rede de apoio.
Criar grupos de afinidade dentro da empresa pode ser uma boa ferramenta. Isso permite que os colaboradores se conectem e compartilhem experiências. Dessa forma, é possível criar uma comunidade que compartilha interesses e desafios.
Políticas de promoção transparentes
Planos de carreira e políticas de promoção claras são a chave para o crescimento de profissionais de grupos minoritários.
São essas políticas que irão garantir que as promoções sejam transparentes. Além disso, é preciso levar em consideração o histórico de cada colaborador. Isso possibilita que mais pessoas diversas consigam chegar a cargos de liderança.
Engajamento com a comunidade
O contato com a comunidade externa também pode ser benéfico. Estabelecer conexões com essas comunidades pode ampliar o contato de talentos com a empresa.
Por exemplo, ao promover capacitações de lideranças de grupos específicos, a organização terá acesso a líderes qualificados para contratar. Também é possível criar grupos de conselheiros externos, que auxiliem no desenho das ações de diversidade e inclusão.
Essa conexão auxilia a comunidade e aumenta a presença da empresa naquele ambiente.
Expandir os programas de diversidade demonstra a preocupação com o impacto social que uma organização gera. O alinhamento dessas ações pode ser feito internamente ou com o auxílio de uma consultoria de diversidade.
Se a sua empresa quer criar impactos cada vez mais positivos, conheça o trabalho da Singuê e saiba como gerar essas mudanças.