Em um cenário corporativo cada vez mais consciente da importância da diversidade e inclusão, a expressão “empatia no trabalho” tornou-se um mantra recorrente em discussões sobre o ambiente profissional. No entanto, é crucial questionar se essa expressão, apesar de suas boas intenções, não foi esvaziada de sentido, tornando-se genérica e, em alguns casos, até mesmo condescendente.
Este artigo pretende explorar essa questão e sugerir que, em vez de focarmos exclusivamente na empatia, devemos falar em respeito à história do outro, especialmente quando lidamos com grupos historicamente minorizados.
Faz sentido falar em empatia no trabalho?
É inegável que a empatia é uma qualidade valiosa e que seu exercício pode criar ambientes de trabalho mais colaborativos e saudáveis. No entanto, a palavra “empatia” muitas vezes é empregada de maneira superficial e assume tons condescendentes, principalmente quando cobramos essa postura de pessoas que compõem grupos de poder em sua relação com grupos minorizados.
Além disso, a empatia como um atributo empresarial não faz sentido. Afinal, as empresas não têm sentimentos; são as pessoas que as compõem que trazem consigo histórias, lutas e conquistas. Dessa forma, promover a empatia como uma habilidade genérica pode ser insuficiente para abordar as desigualdades presentes em muitos ambientes de trabalho.
Quando nos apegamos a esses chavões e expressões batidas, muitas vezes ficamos numa posição muito superficial e não damos passos fundamentais para promover a mudança. É claro que cultivar habilidades interpessoais também é importante para promover a inclusão. Mas é esse movimento é muito mais eficaz quando questionamos os discursos vazios e nos concentramos no que realmente contribui para a transformação do mercado de trabalho.
Respeitar a história do outro, sem condescendência
É nesse ponto que o respeito se destaca como uma alternativa mais eficaz e genuína. Enquanto a empatia muitas vezes implica sentir o que o outro sente, o respeito vai além, reconhecendo a individualidade de cada profissional e honrando suas experiências únicas. O respeito não hierarquiza as relações nem assume uma posição condescendente; pelo contrário, ele estabelece uma base sólida para a construção de ambientes de trabalho equitativos.
Quando uma empresa e suas lideranças se comprometem com a equidade, ela reconhece a necessidade de ir além da simples expressão de empatia. Isso implica em políticas e práticas que consideram as diferentes trajetórias individuais, promovendo um ambiente onde cada colaborador se sinta valorizado e respeitado. Não se trata apenas de compreender as experiências alheias, mas também de agir proativamente para eliminar barreiras e criar oportunidades igualitárias para todos.
Cultura empresarial que celebra a diversidade
Ao invés de exigir empatia, as empresas devem concentrar seus esforços em construir uma cultura organizacional que celebra a diversidade e valoriza as contribuições individuais. Isso envolve a implementação de práticas inclusivas, como a diversificação de equipes, programas de treinamento sensíveis à diversidade e a criação de políticas que combatam ativamente qualquer forma de discriminação.
É fundamental reconhecer que a empatia não é uma panaceia para as questões de diversidade e inclusão. A palavra, por si só, pode não ser suficiente para promover mudanças substanciais no ambiente de trabalho. Em contrapartida, o respeito ativo e o compromisso com a equidade representam passos concretos na direção de uma cultura organizacional mais justa e inclusiva.
Em nosso artigo sobre palestras de diversidade, fizemos uma provocação parecida. Afinal, falar em diversidade e inclusão está em alta e a educação é, certamente, um importante caminho. Mas é preciso ir além, entendendo os benefícios reais da equidade no seu negócio e tratando esse tema da forma estratégica como deve ser abordado.
Resumidamente, enquanto a empatia no trabalho pode ter perdido parte de seu significado original, o respeito surge como uma alternativa mais eficaz e autêntica. Em vez de se fixar em uma palavra de ordem genérica, as empresas devem direcionar seus esforços para a criação de ambientes que valorizem e respeitem as histórias individuais de cada profissional. Ao fazer isso, não apenas falam sobre empatia, mas agem de maneira concreta em prol de uma cultura organizacional verdadeiramente inclusiva.
Quer saber mais sobre a promoção da diversidade e inclusão no mercado de trabalho? Veja como uma consultoria de diversidade pode apoiar seu negócio nessa caminhada. Acesse nosso artigo O que faz uma consultoria de diversidade, equidade e inclusão? E saiba mais!