A presença de grupos minoritários no mercado de trabalho vem crescendo. Com o assunto em pauta, a preocupação das empresas em relação ao tema aumentou. Apesar disso, pessoas desses grupos ainda são as mais afetadas por instabilidades e falta de acesso.
Nos últimos anos, a quantidade de pessoas negras no ensino superior cresceu 400%. Ainda assim, 37,9% dos homens negros e 33,2% das mulheres negras com diploma trabalham em cargos que não o exigem. Essa estatística aponta o quanto ainda é necessário avançar na inclusão de grupos minoritários.
Para acolher essas pessoas é essencial implementar estratégias que garantam a equidade de oportunidades em todos os níveis hierárquicos. E essas ações precisam ir além do recrutamento.
Neste texto, vamos tratar do papel do RH para formular estratégias de inclusão. Junto a isso, apresentaremos possíveis ações para melhorar a presença dos grupos minoritários. Continue a leitura para descobrir!
Importância do RH na inclusão de grupos minoritários
O setor de recursos humanos opera um lugar central na promoção da inclusão. Ele terá um papel importante ao definir e promover ações que abarquem os grupos minoritários. Além de contratar pessoas diversas, também é preciso pensar na permanência delas nas organizações.
Por isso, profissionais da área precisam entender como integrar pessoas diversas em todas as áreas da empresa. Mais do que isso, também é preciso pensar em ações para coibir situações discriminatórias.
O RH terá um papel estratégico. Será sua função promover novas políticas e conscientizar os colaboradores sobre uma nova cultura. Dessa forma, esses profissionais precisam estar atentos às demandas internas da empresa, mas também ao movimento do mercado em relação ao assunto.
Porque é preciso incluir os grupos minoritários
O impacto social que a inclusão de grupos minoritários gera é grande. Em um país como o Brasil, onde o mercado de trabalho ainda é bastante desigual, isso é muito significativo. Aumentar a presença de negros, mulheres, pessoas com deficiência, entre outros grupos, faz a diferença. Além de mudar positivamente a vida dessas pessoas, esses empregos geram impactos na economia.
As empresas também saem ganhando nesse cenário. Ao aumentar a diversidade, é possível aumentar a pluralidade de perspectivas. Isso leva a construção de soluções mais inovadoras e que atinjam melhor as necessidades dos clientes.
Outro benefício é o posicionamento da marca. Atualmente, 94% dos brasileiros acreditam que as empresas precisam se comprometer com o ESG. A preocupação com a inclusão de grupos minoritários faz parte desse conjunto de ações. Isso é visto com bons olhos pelos consumidores.
Ou seja, incluir pessoas diversas traz benefícios para a empresa, para os colaboradores e para a sociedade em geral.
Estratégias para incluir grupos minoritários
Ainda que promover políticas afirmativas seja positivo, o caminho pode ser desafiador. Por isso, selecionamos algumas estratégias que podem te ajudar a transformar as ações de inclusão na sua empresa.
Implementar uma cultura organizacional inclusiva
A transformação começa a partir da liderança. Os líderes devem promover valores de respeito, igualdade e diversidade. Além disso, a inclusão deve estar enraizada nos princípios da empresa. São esses valores que irão garantir que todos os colaboradores se sintam respeitados.
Eliminar vieses inconscientes
Os vieses inconscientes são generalizações inverídicas ou estereotipadas. Eles prejudicam a percepção em relação a pessoas e grupos, o que acaba levando a decisões tendenciosas.
Essa visão é incorporadora ao longo da vida, de maneira inconsciente. Dessa forma, eles acabam ditando comportamentos e decisões sem que percebamos.
Por exemplo, o pensamento de que mulheres não são boas líderes pode se originar de um viés inconsciente. Afinal, existe um entendimento estereotipado em relação à competência feminina.
Esses vieses são prejudiciais no ambiente profissional. Eles atrapalham a tomada de decisão e podem prejudicar a carreira de talentos de grupos minoritários.
Para evitar isso, é preciso construir processos e avaliações claras. Ter políticas de promoção bem definidas pode ser um dos caminhos.
O objetivo deve ser evitar que decisões sejam tomadas por preferências ou argumentos infundados.
Promover flexibilidade entre trabalho e vida
Políticas de trabalho flexíveis são bastante importantes na inclusão de grupos minoritários. A flexibilidade de horários e o home office são benéficos para reter pessoas diversas. Uma pesquisa da Catho apontou que 44% dos profissionais com deficiência deixaram de ir a uma entrevista por dificuldade de deslocamento.
Além de questões de acessibilidade, a flexibilidade possibilita a conciliação das demandas pessoais e profissionais. Esse ponto é muito importante para mulheres, que precisam conciliar maternidade e trabalho. Mulheres negras, especialmente, têm menos condições de arcar com custos extras como babás.
Essa preocupação possibilita uma maior integração e permanência dos grupos minoritários nas empresas.
Acompanhar feedbacks
Realizar pesquisas periódicas de clima organizacional é fundamental. É preciso abrir espaço para que os colaboradores possam expressar suas opiniões. Essa troca será o termômetro para entender o que anda bem e o que precisa melhorar.
Além das pesquisas, é preciso construir ferramentas para ouvir opiniões. Os colaboradores precisam ter a liberdade de colocar suas perspectivas quando acharem necessário. É preciso também existir espaço seguro para denúncias de casos de discriminação.
Essas ações irão ajudar a identificar oportunidades de melhoria. Dessa forma, será possível garantir que a inclusão seja uma prioridade constante.
Coibir situações de discriminação
Caso situações de discriminação aconteçam, a organização deve se posicionar. Afinal, situações como crimes de racismo podem trazer punições tanto para o colaborador culpado quanto para a empresa.
Criar políticas para que agressões sejam coibidas é parte importante para tornar o ambiente acolhedor. Colaboradores de grupos minoritários devem se sentir seguros para denunciar algum problema vivido por eles.
Portanto, além de escutar denúncias, é essencial tomar atitudes em relação a elas. Com isso, os colaboradores que apontaram os problemas não ficarão expostos.
Essas ações mostram para todos a posição da empresa e acolhem as pessoas de grupos minoritários. Já os possíveis agressores entendem que essas atitudes não são bem vistas.
Pensar além do recrutamento e adotar estratégias que acolham e promovam o desenvolvimento desses colaboradores é fundamental. Isso contribui para a construção de ambientes de trabalho inclusivos e seguros. Assim, a diversidade se torna um valor que permeia toda a cultura organizacional.
Se a sua empresa quer implementar mais estratégias desse tipo, conheça o trabalho da Singuê.