Diversidade étnica nas empresas: conheça os benefícios
Pessoas negras e indígenas, por exemplo, foram as mais afetadas pelo desemprego na pandemia de Covid-19. Uma desigualdade histórica que se acentua nos momentos de crise econômica e mostra a importância da diversidade étnica nas empresas.
Nas universidades e nos concursos públicos já existe reserva de vagas para grupos étnicos minorizados, porém, na iniciativa privada ainda há um longo caminho para avançar.
Além do desemprego e dos salários mais baixos, pessoas negras e indígenas enfrentam dificuldade para avançar na carreira. De acordo com um levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 68,6% dos cargos de gerência no país são ocupados por pessoas brancas.
Por isso, organizações comprometidas com a inclusão e com a justiça social precisam se engajar pela diversidade. Hoje, sabemos que empresas diversas são mais criativas, inovadoras e lucrativas. Então o que você está esperando para se engajar nessa transformação?
Neste artigo, vamos mostrar o que é diversidade étnica nas empresas, por que é tão importante e como promovê-la. Confira!
O que é diversidade étnica?
Podemos definir a diversidade étnica como a representatividade de diferentes grupos étnicos e raciais em um mesmo ambiente. Não se trata apenas de uma questão numérica e, sim, de inclusão efetiva para que todos se sintam parte desse espaço.
Para explicar esse ponto, também é importante definir que a raça é a forma com que pessoas de determinadas características fenotípicas (traços faciais, cor de pele, cabelo) são vistas socialmente. Já a etnia está mais ligada a comportamentos, culturas e formas de vida partilhadas por um determinado grupo.
Também é válido ressaltar que, no Brasil, as relações étnico-raciais são muito plurais. Além de pessoas negras e indígenas, podemos citar as populações amarela, árabe, judia e romani (como são chamados os povos popularmente conhecidos como “ciganos”), entre outros grupos.
Importância
Mas por que a diversidade étnica deve ser uma preocupação da sua empresa? Em primeiro lugar, pela desigualdade histórica que citamos anteriormente.
O preconceito e os obstáculos institucionais criaram barreiras que impediram muitos grupos étnicos de acessarem a educação formal e o mercado de trabalho. Por isso, uma empresa comprometida com a justiça e a inclusão precisa prestar atenção a essa questão.
Pode parecer algo abstrato e distante da realidade do seu negócio. No entanto, os benefícios da diversidade étnico-racial são bastante concretos, como você pode ver a seguir!
Mais inovação
Construir um ambiente de trabalho diverso significa que todos vão poder se expressar sem medo de sofrer represália por causa de seu gênero, etnia, raça ou sexualidade. Por isso, diversidade e inovação andam lado a lado.
Além disso, ter pessoas diferentes trabalhando juntas incentiva a criatividade e costuma ajudar na solução de problemas complexos. De acordo com o relatório Getting to Equal 2019: Creating a Culture That Drives Innovation, da Accenture, a inovação é seis vezes maior nas empresas mais igualitárias.
Melhor relação com os clientes
A inovação também se manifesta porque empresas diversas costumam entender melhor seus clientes. Se a maioria da população é negra e sua empresa tem apenas colaboradores brancos, por exemplo, pode ser que a equipe não consiga entender alguns aspectos desses consumidores.
Além disso, tendo uma equipe mais diversa e uma preocupação real com a inclusão, você evita episódios de preconceito que podem afetar a imagem da organização. Segundo a pesquisa Oldiversity, 60% dos entrevistados afirmou que não consome marcas que consideram preconceituosas. Isso mostra como a diversidade é um fator cada vez mais relevante para o público.
Mais integração entre o time
A diversidade étnica nas empresas também ajuda a construir um ambiente de trabalho mais saudável e integrado. Então, investir na inclusão significa que você terá uma rotatividade menor e conseguirá atrair novos talentos.
Uma pesquisa publicada no Harvard Business Review, por exemplo, mostrou que funcionários que conseguem se expressar com autenticidade estão 42% menos inclinados a deixar o trabalho atual no próximo ano. Isso inclui aspectos como sexualidade, religião, cultura, entre outros fatores.
Melhor lucratividade
Por fim, todos esses benefícios podem ser revertidos em lucros para a empresa. O resultado é lógico: times altamente qualificados, cultura organizacional inovadora e uma boa reputação ajudam a aumentar as vendas e ter resultados mais eficientes.
Inclusive, pesquisas já comprovam essa correlação. Um estudo conduzido pela consultoria McKinsey & Company, por exemplo, mostrou que empresas com diversidade étnica e cultural conquistaram lucros 36% maiores do que as demais.
As leis
Todos os benefícios que listamos são apenas uma parte do compromisso das empresas com a diversidade étnica. Existe também uma obrigação legal de oferecer espaços de trabalho igualitários.
O Estatuto da Diversidade Racial, por exemplo, busca combater o racismo institucional e garantir direitos aos grupos étnicos minorizados.
Além disso, a Constituição Federal proíbe qualquer forma de discriminação no ambiente de trabalho motivada por raça, etnia, religião ou outros tipos de preconceito.
Promova diversidade no seu negócio
Mas como garantir a diversidade étnica nas empresas? Esse é um desafio grande, afinal, existem obstáculos que vão além das próprias organizações. No entanto, há várias ações que seu negócio pode promover para construir um ambiente de trabalho mais inclusivo.
Prepare seu time de RH
Um dos elementos chave para promover a diversidade étnica nas empresas é o time de Recursos Humanos. Afinal, é essa equipe que vai impulsionar as principais ações para o restante da empresa. Além de ser a responsável pela contratação e acompanhamento de novos colaboradores.
Por isso, você pode começar fazendo o debate étnico-racial dentro do RH. Debata os vieses inconscientes que costumam atrapalhar os profissionais e fale sobre as barreiras estruturais que muitos enfrentam.
Prepare o time para endereçar casos de racismo no ambiente de trabalho e para combater a discriminação no dia a dia da empresa. Pois tudo isso vai fazer muita diferença para a inclusão de grupos étnicos minorizados.
Eduque toda a equipe
No entanto, a discussão sobre questões étnico-raciais não pode ficar apenas nos times de RH. É fundamental que toda a equipe se engaje no combate ao preconceito. Então promova ações de letramento racial e incentive o debate.
Invista na formação de profissionais diversos
Como você viu, existem barreiras institucionais que impedem o acesso de muitas pessoas negras e indígenas à educação e ao trabalho formal. Por isso, uma empresa comprometida com a diversidade étnica precisa estar disposta a formar seus colaboradores e desenvolvê-los para que alcancem seu potencial máximo.
Programas de formação de lideranças direcionados a esses grupos, por exemplo, podem ser importantes para que a diversidade vá além das funções de entrada e chegue à toda a equipe.
Conte com ajuda especializada
Por fim, você pode contar com ajuda especializada para desenvolver programas de inclusão. A Singuê, por exemplo, oferece o serviço de consultoria para empresas que querem apoio em suas ações. Acesse nosso artigo e entenda como trabalha uma consultoria de diversidade!
Quais são os direitos das pessoas com deficiência nas empresas?
O levantamento do IBGE também revelou que somente 28,3% das pessoas com deficiência em idade para trabalhar estão empregadas. Em comparação, esse número sobe para 66,3% entre as pessoas sem deficiência.
Outros dados também mostram que, mesmo com os avanços significativos trazidos pela Lei Nº 8.213/1991, conhecida como Lei de Cotas, muitas vagas reservadas para PcDs ainda não são ocupadas. Os motivos são variados, mas incluem falta de acessibilidade e despreparo das empresas.
Por isso, empresas que desejam construir um ambiente realmente diverso precisam conhecer os direitos desse grupo. A seguir, vamos explicar a legislação que protege as pessoas com deficiência e mostrar como sua empresa pode garantir a inclusão no cotidiano. Confira!
A lei de cotas para PcDs
Como você viu, o Brasil possui uma lei que obriga empresas com mais de 99 funcionários a reservarem vagas para pessoas com deficiência. Essa é uma das principais legislações para a população com deficiência no país e hoje impacta boa parte das organizações. No artigo 89, a Lei Nº 8.213/1991 afirma que a proporção de PcDs deve ser:
- de 100 até 200 empregados – 2%;
- de 201 a 500 – 3%;
- de 501 a 1.000 – 4%;
- de 1.001 em diante – 5%.
Além disso, para ocupar uma vaga destinada à pessoa com deficiência, o profissional deve ter um laudo da deficiência, assinado por um médico do trabalho e que esteja de acordo com as definições da Organização Internacional do Trabalho (OIT).
A parte ruim, porém, é que a lei demorou muitos anos para ser regulamentada. Foi apenas no começo dos anos 2000 que as empresas passaram a ser fiscalizadas e, assim, começaram a implementar cotas para pessoas com deficiência.
Cobertura da lei
Em 2004, o Governo Federal publicou um decreto que passou a definir as formas de deficiência que são abarcadas pela lei. Segundo o documento, entende-se como pessoa com deficiência aquela que possui:
- Deficiência física: alteração completa ou parcial de um ou mais membros do corpo, como paraplegia, tetraplegia, amputação ou ausência de membro, paralisia cerebral, nanismo, entre outras.
- Deficiência auditiva: perda auditiva nos dois ouvidos, parcial ou total;
- Deficiência visual: cegueira ou baixa visão;
- Deficiência mental: funcionamento intelectual inferior à média, com manifestação antes dos 18 anos e limitações associadas que podem dificultar a comunicação, cuidado pessoal, interação social, desempenho acadêmico, entre outras habilidades.
- Deficiência múltipla: associação de duas ou mais deficiências;
- Transtorno do Espectro Autista: incluído depois, diz respeito a uma série de características que comprometem o comportamento social.
Direitos dentro das empresas
Infelizmente, ainda existem empresas que só prestam atenção aos direitos das pessoas com deficiência por causa da Lei de Cotas. Mas, mesmo que a oferta de vagas seja importante, existem vários outros deveres que as empresas também devem cumprir para a inclusão de PcDs.
O Estatuto da Pessoa com Deficiência, aprovado em 2015, é outro marco na defesa dessa população. A lei garante que PcDs sejam incluídos no mercado de trabalho de forma plena, com acessibilidade e oportunidades iguais. Na nova legislação, são abordados temas como acesso à educação profissional, aposentadoria e garantia de um ambiente de trabalho adequado.
Igualdade salarial
O Estatuto garante salários iguais para funções iguais. Isso significa que não pode haver discriminação entre diferentes profissionais que executam o mesmo serviço. Caso um PcD receba menos do que seus colegas para fazer o mesmo trabalho, a empresa pode ser processada e ter que pagar multas.
Estabilidade
Além disso, um profissional com deficiência só pode ser demitido caso a empresa contrate outro em condição semelhante. Por isso, PcDs têm certa estabilidade garantida, para evitar que a contratação seja apenas uma forma de burlar a lei.
Jornada reduzida
Caso seja necessário, pessoas com deficiência também têm direito a uma jornada de trabalho reduzida ou adaptada a sua condição. Esse é o único caso em que disparidades salariais são permitidas, mas devem corresponder à quantidade de horas trabalhadas pelo profissional.
Aposentadoria especial
A legislação previdenciária também garante o direito à aposentadoria para pessoas com deficiência. No caso de quem trabalhou com carteira assinada, é possível solicitar o benefício com tempo de serviço reduzido, dependendo do grau de deficiência. O tempo varia entre 25 e 33 anos de contribuição para homens e 20 e 28 para mulheres.
Além disso, PcDs podem se aposentar aos 60 (homens) e 55 (mulheres) anos de idade, independentemente do grau de deficiência, desde que tenham contribuído por 15 anos, no mínimo.
Auxílio-inclusão
Entre os direitos das pessoas com deficiência também vale destacar o Auxílio Inclusão de até meio salário mínimo. Para receber, o valor, os requisitos incluem:
- receber o Benefício de Prestação Continuada (BPC) ou ter recebido nos cinco anos antes da solicitação;
- trabalhar com carteira assinada;
- ganhar até dois salários mínimos.
Ambiente de trabalho acessível
Além disso, o Estatuto da Pessoa com Deficiência garante que todos tenham acesso ao “trabalho de sua livre escolha e aceitação, em ambiente acessível e inclusivo, em igualdade de oportunidades com as demais pessoas”.
Isso significa que as empresas têm o dever de promover um espaço com acessibilidade e todos os recursos necessários para que o profissional PcD execute sua função. Segundo a lei, isso inclui tecnologias, pessoas facilitadoras e outros tipos de apoio.
Garantindo os direitos
No entanto, construir um ambiente inclusivo vai muito além da legislação. É óbvio que essas normas foram criadas para garantir os direitos das pessoas com deficiência no mercado, mas empresas comprometidas com a igualdade precisam ir além.
Hoje em dia, sabemos que a diversidade nas empresas significa mais criatividade, inovação e maior retenção de talentos. Porém, nada disso é alcançado se você não consegue oferecer uma experiência de trabalho confortável. Por isso, se a sua organização quer realmente promover um espaço acessível, precisa se preocupar com toda a jornada de PcDs dentro da equipe.
Preste atenção na acessibilidade
Mudanças estruturais e no escritório são as mais básicas e estão presentes no Estatuto da Pessoa com Deficiência. Além disso, você precisa garantir que as ferramentas de trabalho possam ser adaptadas às necessidades de PcDs na equipe.
Combata o capacitismo
Mas as alterações materiais são apenas o primeiro passo. Transformar a cultura organizacional para combater o capacitismo é tão importante quanto a acessibilidade. Dessa forma, você pode garantir que toda a equipe esteja pronta para acolher pessoas com deficiência e apoiá-la sempre que preciso.
Eduque a equipe
Para isso, você pode apostar em treinamentos, oficinas e outras atividades que conscientizem o time sobre o preconceito contra PcDs e por que esse comportamento é tão nocivo. Lembre-se também que essas ações devem ser constantes e não apenas quando colaboradores com deficiência entrarem.
Cuidado com os comentários preconceituosos
Tome cuidado, no entanto, para não cair em outro extremo e começar a tratar pessoas com deficiência como “exemplos de superação”. Esse tipo de comentário, mesmo que bem intencionado, reproduz uma lógica condescendente, que deixa muitos PcDs desconfortáveis.
Essas foram apenas algumas dicas para garantir os direitos das pessoas com deficiência nas empresas. Aproveite e leia também: Como fazer a inclusão de PcDs no ambiente de trabalho.
Como endereçar casos de racismo no ambiente de trabalho?
Quer entender como fazer isso? Neste artigo, vamos mostrar como é a realidade de profissionais negros hoje, que tipo de situações de discriminação são mais comuns e quais ações seu negócio pode tomar para endereçá-las e prevenir novos casos. Boa leitura!
População negra no mercado de trabalho
Como você viu, a maior parte dos profissionais negros já sofreu preconceito no ambiente de trabalho. Entre os entrevistados pela consultoria Etnus, mais da metade admitiu que já precisou fazer mudanças estéticas para ser aceita no ambiente de trabalho, como alisar ou raspar o cabelo. Além disso, o racismo e o fato de serem pessoas negras foram apontadas como as principais dificuldades que enfrentam no mercado.
Esses dados refletem em maiores índices de desemprego para a população negra e menores salários. De acordo com o IBGE, pessoas brancas com ensino superior completo receberam em média R$ 33,8 por hora trabalhada em 2020. Enquanto negros e negras ganharam apenas R$ 23,4.
Mesmo entre aqueles que estão empregados no momento, também é difícil sentir-se incluído. Um outro levantamento, do portal Indeed, mostrou que 47,8% dos entrevistados não têm um sentimento de pertencimento no ambiente de trabalho, por exemplo.
Para mudar essa situação, empresas comprometidas com o antirracismo precisam conhecer os direitos da população negra e devem atuar constantemente para combater a discriminação racial no ambiente de trabalho.
Leis que combatem o racismo
Hoje, existem uma série de leis que buscam combater o racismo no ambiente de trabalho e conhecer essa legislação é um dos primeiros passos para empresas que buscam endereçar a questão.
De acordo com o Tribunal Superior do Trabalho (TST), só em 2019 foram 49,2 mil processos trabalhistas motivados por racismo. O número mostra que essa situação é bastante comum e, por isso, todos devem conhecer seus direitos e deveres.
Na Constituição Federal, o Brasil proíbe qualquer tipo de discriminação baseada em preconceitos de origem, raça, sexo, cor e idade. No artigo 5º, a lei afirma que o racismo é um crime inafiançável e imprescritível. Além disso, existe também o crime de Injúria Racial, descrito no código penal.
Racismo x Injúria Racial
A injúria racial é uma forma do crime de injúria, que consiste em ofender a dignidade ou o decoro de alguém. De acordo com o artigo 140 do Código Penal, a pena pode chegar a detenção de um a três anos caso essa ofensa utilize xingamentos ou termos racistas.
Já o crime de racismo, que aparece na Constituição, acontece quando uma pessoa é impedida de acessar serviços ou deixa de ser contratada por causa da raça ou etnia. Negar emprego a um candidato por causa da cor, por exemplo, pode levar a pena de até cinco anos de reclusão.
Diferença salarial
No mesmo sentido, a Constituição proíbe qualquer diferença salarial para profissionais na mesma função que seja motivada por sexo, idade, cor ou estado civil. Essa regra também aparece na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), que prevê multa para empresas que descumprirem a lei.
Contratação e demissão
A CLT também proíbe o anúncio de vagas que façam qualquer tipo de distinção racial e afirma que nenhum profissional pode ser recusado por causa da cor ou etnia. A menos que essa distinção seja para promover ações afirmativas, é claro.
De acordo com a lei, é proibido “recusar emprego, promoção ou motivar a dispensa do trabalho em razão de sexo, idade, cor, situação familiar ou estado de gravidez”.
Assédio moral
Além disso, muitos casos de racismo no ambiente de trabalho podem ser classificados como assédio moral. De acordo com o TST, esse tipo de assédio pode ser definido como a “exposição de pessoas a situações humilhantes e constrangedoras no ambiente de trabalho, de forma repetitiva e prolongada, no exercício de suas atividades”.
Ainda que não exista legislação específica para essas situações na iniciativa privada, a Justiça do Trabalho entende que práticas como essas ofendem a dignidade humana, assegurada pelo artigo 1º da Constituição.
O que fazer diante de situações de racismo no ambiente de trabalho?
Como você viu, várias formas de discriminação racial podem ser punidas pela lei. Então, estar de acordo com a legislação é um passo básico para empresas que desejam promover um ambiente de trabalho saudável. Mas, para isso, também é preciso saber agir quando essas situações ocorrem. Assim como desenvolver uma política para prevenir que novos casos aconteçam. A seguir, listamos algumas dicas práticas para fazer isso, confira!
Crie um canal de denúncias
O primeiro passo para endereçar situações de racismo é garantir que as denúncias cheguem aos responsáveis. Por isso, é importante criar canais seguros para que os profissionais possam relatar situações de preconceito.
Muitas vezes, o medo de relatar o preconceito que sofreram aumenta o sofrimento mental e causa situações ainda mais delicadas.
Preserve as vítimas
Quando um relato chegar ao time de Recursos Humanos, é importante que a identidade dos envolvidos seja preservada. Não só para garantir que a vítima não sofra retaliações, mas também para que ninguém seja acusado injustamente.
No primeiro momento, é importante que os responsáveis conversem com as pessoas envolvidas e possíveis testemunhas, para entender o que aconteceu.
Depois, sugerimos consultar um representante jurídico. Dessa forma, é possível compreender se o caso pode ser enquadrado na lei e quais as punições previstas. Isso vai garantir que as punições aplicadas estejam adequadas.
Aplique a punição adequada ao agressor
Depois de entender os fatos e avaliar as implicações jurídicas, a empresa pode aplicar as punições devidas. De acordo com a legislação trabalhista, é possível aplicar uma advertência, suspensão ou até demissão com justa causa, se o profissional for reincidente.
Caso a empresa não tome providências após uma denúncia, ela pode sofrer processos e ter que indenizar a vítima. Então é muito importante agir adequadamente. Além de ser uma forma de mostrar que a organização se importa, de verdade, com diversidade e inclusão.
Garanta a paridade salarial
Nem sempre, porém, as situações de discriminação partem de um colega ou gestor em específico. Muitas vezes, a empresa reproduz o racismo de forma institucionalizada. É o caso de organizações que pagam salários diferentes a colaboradores brancos e negros para a mesma função.
Assim, empresas comprometidas em acabar com o racismo no ambiente de trabalho também precisam revisar seu mapa de salários. Para garantir que todos recebam um valor adequado à função e ao nível de senioridade, sem distinção.
Revise os processos de recrutamento e promoção
Como você viu, recusar a contratação ou promoção de um profissional por causa da sua cor ou etnia também é proibido. Nem sempre isso acontece de forma explícita, mas por causa de vieses inconscientes, que acabam preterindo colaboradores negros.
Por isso, é importante revisar todos os processos de recrutamento e promoção. Treinando o time de RH para identificar possíveis situações de preconceito.
Eduque toda a equipe
Além disso, não é apenas o time de Recursos Humanos que deve combater o racismo no ambiente de trabalho. Prevenir situações desse tipo é uma tarefa de toda a equipe. Então é importante investir em ações educativas, que discutam o preconceito e fortaleçam profissionais negros a denunciarem situações de racismo.
Gostou das nossas dicas? Espero que elas sejam úteis para combater a discriminação racial na sua empresa.
Aparência visual no trabalho: como lidar com as diferenças?
Muitas vezes, o preconceito aparece de maneira bem mais sutil, na forma de vieses inconscientes. Chamamos isso de viés da aparência: quando uma pessoa é julgada com base em suas roupas, seu físico ou sua adequação aos padrões de beleza.
Quem nunca ouviu falar que tatuagens ou piercings aparentes podem atrapalhar a colocação no mercado de trabalho? Ou, então, que cabelos black power ou dreadlocks devem ser evitados? Esse tipo de comentário parte de uma noção equivocada de que certos tipos de aparência passam menos credibilidade do que outros ou representam “desleixo”.
A seguir, vamos mostrar como a discriminação baseada na aparência visual no trabalho é prejudicial para o seu time. Além de mostrar como você pode promover um ambiente mais plural e inovador com pessoas diversas. Boa leitura!
O que significa discriminar com base em aparência?
Recentemente, o documentário “Abercrombie & Fitch: Ascensão e Queda” da Netflix abordou o assunto da aparência visual no trabalho. O filme mostra como a marca, que foi a queridinha dos jovens no início dos anos 2000, contratava e demitia funcionários baseados em um conceito de beleza.
Segundo antigos colaboradores, a empresa escolhia seus vendedores a partir de uma escala do quão bonitos e “descolados” eles pareciam. Esse juízo de valor, além de excludente com quem está fora do padrão de beleza, também reproduzia outros preconceitos. Isso porque a maior parte dos escolhidos era branco, jovem e magro. Há alguns anos, a marca foi denunciada pelas práticas discriminatórias e, recentemente, adotou uma política de inclusão.
Aliás, engana-se quem acredita que essas práticas acabaram no ambiente de trabalho. Estudos reunidos pelo professor Tomas Chamorro-Premuzic, da University College London, afirmam que pessoas consideradas “fora do padrão” têm menos chances de serem contratadas e mais chances de serem demitidas, quando conseguem um trabalho. Além de receberem salários, em média, 10 a 15% menores que as pessoas cuja beleza é considerada “acima da média”.
Esse tipo de discriminação acontece por muitos motivos, mas as principais justificativas são de que o colaborador deve representar a imagem da empresa. Ou então que precisa passar determinada mensagem para os clientes. Mas a verdade é que a maior parte das situações é baseada em puro preconceito. Abaixo vamos falar um pouco sobre cada uma delas.
Cabelo
Muitos empregadores ainda discriminam candidatos que usam cabelo crespo solto, tranças ou dreadlocks. Existe um preconceito muito difundido na sociedade de que esses penteados seriam sinais de desleixo ou sujeira, principalmente em pessoas negras. Estamos falando de um caso clássico em que o viés de aparência está relacionado com o racismo.
Além disso, cabelos longos para homens, curtos para mulheres, ou coloridos em todos os gêneros podem sofrer preconceito. Não se trata, como nas situações anteriores, de uma opressão estrutural, obviamente. Mas ainda é um comportamento discriminatório. Principalmente porque muita gente ainda reproduz o discurso de que esses candidatos seriam rebeldes ou descompromissados, por exemplo.
Tatuagens e piercings
Outra característica física que ainda sofre discriminação no mercado de trabalho são os piercings e tatuagens. De acordo com uma pesquisa do site Skinfo.com, 37% dos gestores de RH citam tatuagens como um dos atributos físicos que podem impedir uma pessoa de progredir na carreira. Ao mesmo tempo em que 42% das pessoas entrevistadas afirmou que tatuagens não são apropriadas para o ambiente de trabalho.
A boa notícia é que já evoluímos um pouco nesse quesito. Em 2016, o Supremo Tribunal Federal decidiu que candidatos com tatuagens não poderiam ser desclassificados de concursos públicos, por exemplo.
Peso
O peso é mais um fator que pode levar à discriminação pela aparência visual no trabalho. Em uma reportagem da IstoÉ Dinheiro, a feirante Kátia Xangô contou que ela já foi dispensada de uma entrevista assim que a empregadora a viu. A mulher nem sequer fez perguntas sobre suas qualificações e logo desqualificou a candidata por seu peso.
Além disso, mesmo quem é contratado pode sofrer com situações vexatórias, como ambientes de trabalho inadequados à pessoas gordas e uniformes que não possuem tamanhos adequados.
Idade
Outro grupo que sofre com os viéses de aparência no ambiente de trabalho são os profissionais mais velhos. Uma pesquisa feita pelo Infojobs, empresa de recrutamento online, mostrou que 70,4% dos profissionais com mais de 40 anos já sofreu discriminação por causa da idade.
Ao mesmo tempo, pessoas que parecem mais novas do que são também podem sofrer no ambiente de trabalho. Uma reportagem da BBC, por exemplo, mostrou que aparentam ser mais jovens do que são podem não ser levadas tão a sério pelos colegas. Em alguns casos, elas podem até ser preteridas para cargos de liderança, que precisam passar uma imagem de “autoridade”.
Performance de gênero
Por último, é importante citar também o gênero como mais um elemento que influencia na forma como as pessoas são vistas nas empresas. Pesquisas mostram que as exigências em relação à aparência são maiores para mulheres.
Além disso, performar de acordo com o gênero designado no nascimento também é imposto em muitos ambientes de trabalho. Isso fere não só pessoas trans, mas qualquer pessoa que se porte ou se vista de maneira considerada “fora dos padrões”.
Combatendo preconceitos motivados pela aparência
Como você viu, as formas de discriminação pela aparência visual no trabalho são muitas. Mas existem algumas formas de eliminar esse preconceito na sua organização. Veja algumas das nossas sugestões abaixo!
Revise políticas relacionadas com aparência
O primeiro ponto para eliminar esse viés de aparência é revisar suas políticas e regras relacionadas à vestimenta no trabalho, caso existam. Muitas empresas que trabalham com o público, com alimentos ou na indústria possuem esse tipo de norma. Seja por questões de imagem, de higiene ou de segurança.
Por isso, o mais importante é que esses documentos reforcem apenas aquilo que for extremamente necessário ao trabalho. Retire menções ao cabelo, às tatuagens e piercings, ao peso e qualquer coisa que possa ser discriminatória. É claro que o uso de toucas, por exemplo, pode ser exigido para quem trabalha com alimentação. Assim como a retirada de brincos e piercings por motivos de segurança em outras funções. Mas lembre-se, apenas quando for extremamente necessário.
Além disso, quando for o caso, você deve oferecer aos funcionários condições adequadas para seguirem a política da empresa. Como toucas em tamanho certo para pessoas com cabelos volumosos, por exemplo. Ou uniformes sem distinção de gênero para que todos os colaboradores, independentemente da identidade, possam usá-los sem problemas.
Promova uma cultura inclusiva
Lidar com as diferenças no ambiente de trabalho depende de uma cultura organizacional que seja realmente inclusiva. Para isso, você pode começar fazendo pesquisas de clima e entendendo o que seus colaboradores pensam sobre determinados tópicos.
A partir desses dados, é possível criar ações direcionadas e promover um ambiente mais amigável para diferentes grupos. Assim, você vai conseguir fazer processos seletivos, ou seja, atrair e também reter mais profissionais diversos.
Além disso, uma cultura inclusiva passa também por promover lideranças comprometidas com a diversidade. Trata-se de uma tarefa de toda a empresa, não apenas do time de recursos humanos, e os gestores precisam entender isso.
Treine sua equipe
Como você viu, é importante que toda a equipe esteja alinhada com a promoção da diversidade. Por isso, promover treinamentos e atividades de conscientização pode ser uma boa ideia. Você pode começar pelos times de RH, que são os responsáveis por recrutar e reter esses profissionais na equipe. Mas é importante que esse time passe adiante seus conhecimentos para líderes e, consequentemente, para toda a empresa.
Com essas ações, seu time pode se preparar melhor para lidar com as diferenças e promover um ambiente de trabalho mais agradável para todos, independentemente da sua aparência visual no trabalho. Além de criar uma empresa mais criativa e inovadora com pessoas diversas.
Gostou do conteúdo até aqui? Saiba mais sobre o assunto no nosso post sobre o que é diversidade e como promovê-la.
Qual a relação entre diversidade e sustentabilidade?
Isso porque um negócio sustentável não é apenas aquele que se preocupa com a questão ambiental. Quando falamos sobre sustentabilidade empresarial estamos falando de um conjunto de práticas, que incluem uma gestão estratégica e preocupada com o impacto da organização na sociedade.
Ficou com curiosidade para entender melhor? A seguir, vamos explicar melhor essa relação e dar dicas para que sua empresa consiga construir políticas de diversidade e sustentabilidade que impactem a sociedade. Boa leitura!
Como diversidade e sustentabilidade se relacionam?
A definição mais ampla do que é sustentabilidade ficou conhecida como os três E’s: Equidade, Economia e Meio Ambiente (em inglês, “environment”), sigla adotada pela Universidade da Califórnia. Significa que construir uma sociedade melhor, não apenas para a nossa geração, mas para as futuras, depende do equilíbrio desses três fatores.
Afinal, não adianta construir negócios lucrativos economicamente se os recursos utilizados acabarem em pouco tempo. Da mesma forma que a sociedade não pode avançar de forma igualitária se apenas uma pequena parcela da população tiver acesso a esses recursos e lucros. Por isso, negócios sustentáveis devem pensar em todo o contexto.
No mesmo sentido, outra sigla famosa do mundo corporativo é ESG, que no inglês quer dizer “Environmental, Social and Governance” ou “Ambiental, Social e Governança”, em português. Esse termo mede a capacidade de uma organização de diminuir o impacto ambiental das suas ações, construir uma sociedade mais justa e ainda desenvolver práticas equilibradas de gestão interna. A seguir, explicamos melhor o que cada parte da sigla quer dizer.
Ambiental
Aqui, entram os aspectos pensados para reduzir e compensar os danos causados ao meio ambiente. Preocupação com fatores como aquecimento global, emissão de carbono, poluição do ar, da água e do solo, desmatamento, preservação dos biomas, gestão de resíduos, entre outros.
Social
Quando falamos sobre o social, estamos tratando de uma preocupação genuína com as pessoas que cercam a organização. Sejam elas consumidores, colaboradores, fornecedores e demais comunidades afetadas pelo seu produto ou serviço.
Isso significa satisfação dos clientes, bom relacionamento com a sociedade, respeito aos direitos humanos e às leis trabalhistas e promoção da diversidade na equipe, por exemplo.
Governança
Por último, entra ainda a responsabilidade com a gestão da empresa. Esse é um fator que pode não parecer estar relacionado com diversidade e sustentabilidade, mas no fundo, tem tudo a ver.
A governança trata da composição e diversidade do conselho administrativo, da existência de comitês de auditoria, da relação com governos e políticos e da existência de uma ouvidoria interna, por exemplo.
Por que diversidade e sustentabilidade são importantes para o seu negócio?
Como falamos, construir negócios sólidos passa pela preocupação com a diversidade e sustentabilidade. Pois esse último conceito envolve também aspectos econômicos e sociais. E só assim sua empresa vai se consolidar como uma marca conectada com as principais demandas do público hoje.
O próprio termo ESG surgiu de um relatório liderado pela Organização das Nações Unidas intitulado “Who Cares Wins” (algo como “Quem se importa, ganha”, em português). A iniciativa reuniu 20 instituições financeiras de 9 países, que desenvolveram sugestões para um mercado mais sustentável. A conclusão do documento foi que incorporar esses fatores às organizações gerava melhores resultados, tanto para os negócios quanto para a sociedade.
Mudanças no consumo
Passamos por muitas transformações no mundo dos negócios e atualmente, os consumidores buscam produtos e serviços que estejam conectados com suas convicções pessoais.
Trata-se de um vínculo que vai além, apenas, da qualidade ou preço. Com as mudanças promovidas pela tecnologia, estamos muito mais próximos das marcas e conseguimos acompanhar de perto o que elas fazem. Além disso, qualquer deslize ganha uma projeção muito maior na internet.
Por isso, os consumidores vão buscar empresas que tenham uma reputação positiva e promovam valores similares aos seus, como igualdade, justiça social e preservação do meio ambiente.
Impacto econômico
Ações de diversidade e sustentabilidade podem promover um aumento significativo dos lucros da sua empresa. Dados da consultoria estadunidense McKinsey, por exemplo, mostram que negócios com diversidade diversidade de gênero podem ter lucros 25% maiores que os demais. Enquanto naqueles com diversidade étnico-racial, os números chegam a 36%.
No mesmo caminho, a XP Investimentos reforça que hoje, fundos ligados a iniciativas de ESG administram ativos no valor de 30 trilhões de dólares no mercado financeiro mundial. E esses resultados não são apenas no exterior. Uma pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostrou que 76,4% das fábricas no país já estão adotando processos ligados à reutilização e reciclagem para reduzir custos e melhorar a eficiência da produção.
Satisfação dos colaboradores
Outro benefício muito importante dessas ações é a satisfação dos colaboradores da empresa. Assim como os consumidores buscam, cada vez mais, uma identificação com as marcas, os profissionais também levam isso em conta na hora de procurar emprego.
Por isso, se você quer construir um ambiente de trabalho agradável, é importante levar questões de diversidade e sustentabilidade em consideração.
Como promover diversidade e sustentabilidade nas organizações?
Se você chegou até aqui, é porque deve ter se interessado em aliar diversidade e sustentabilidade para construir empresas mais sólidas. Mas como fazer isso é o grande desafio. Listamos algumas ações que vão guiar o caminho para quem está começando.
Entenda o impacto da sua empresa
Em primeiro lugar, você precisa entender o impacto que sua empresa tem na sociedade como um todo, seja nos aspectos sociais, econômicos ou ambientais. Pois, como falamos, esses três pilares estão intimamente ligados.
Depois desse mapeamento, é possível identificar pontos de melhoria que devem ser ajustados. Ou ainda entender quais ações positivas podem ser reforçadas para deixar um mundo melhor para as futuras gerações.
Faça planejamentos integrados
Outra ação importante é integrar o planejamento da empresa. Não adianta pensar diversidade e sustentabilidade apenas como um detalhe dentro do time de Recursos Humanos, por exemplo. Isso porque as ações vão ter que ser desenvolvidas por diversas áreas da empresa. Então é importante que a diretoria tenha noção disso e ajude a guiar a organização de forma conjunta.
Incorpore esses fatores na cultura organizacional
Por último, vale lembrar que diversidade e sustentabilidade são atributos que devem ser incorporados por todos os profissionais da equipe. Só assim a empresa vai conseguir construir uma reputação sólida e comunicá-la interna e externamente.
Para isso, líderes e gestores precisam reforçar esses princípios constantemente e promover um ambiente no qual esses pilares sejam realmente centrais.E se você quiser saber mais sobre o assunto, confira também nosso artigo que explica o que é diversidade e como essa prática ajuda a construir ambientes de trabalho mais inclusivos.
Como fazer a inclusão de PCDs no ambiente de trabalho
Além de respeitar as leis, empresas inclusivas precisam construir um ambiente de trabalho que seja realmente acolhedor às demandas de profissionais com deficiência. Assim, seu negócio vai mostrar que está realmente preocupado com as demandas da sociedade e que se importa com todos que trabalham ali.
Para te ajudar, vamos explicar neste post por que a inclusão de PCDs é importante, como funcionam as leis sobre o assunto e daremos dicas para construir um espaço mais inclusivo. Continue lendo e entenda!
O mercado de trabalho para PCDs
Um levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta que 17,3 milhões de pessoas têm algum tipo de deficiência no país. O número corresponde a cerca de 8% da população total.
Falta de acesso
A pesquisa mostra que a participação de PCDs no mercado de trabalho ainda está longe de ser igualitária. De acordo com o IBGE, somente 28,3% das pessoas com deficiência em idade para trabalhar estão empregadas. Enquanto isso, entre as pessoas sem deficiência esse número sobe para 66,3%.
O problema também aparece no acesso à educação. Hoje, 68% das pessoas com deficiência não têm instrução ou possuem o ensino fundamental incompleto, enquanto o número é de 30,9% na população sem deficiência.
Despreparo das empresas
Outra pesquisa, feita com mais de 1.459 profissionais de Recursos Humanos, mostrou que essa exclusão acontece, em boa medida, por causa do despreparo das empresas em lidar com a deficiência. Entre os entrevistados, 59% afirmou que os gestores possuem resistência para entrevistar ou contratar PCDs, por exemplo.
Além disso, a falta de acessibilidade e a abordagem equivocada nos processos seletivos também afeta de forma grave as pessoas com deficiência. Em um estudo do Governo de São Paulo, cerca de 20% de PCDs afirmaram que as empresas não as vêem como profissionais em potencial, dando pouco foco para suas habilidades. No mesmo sentido, outras 18% relatam que as empresas não possuem acessibilidade ou que os entrevistadores são despreparados.
Poucas vagas ocupadas
Mas em paralelo a tudo isso, estamos vendo que a participação de pessoas com deficiência no mercado de trabalho cresceu nas últimas décadas, mesmo ainda sendo insuficiente. Em 2003, por exemplo, PCDs ocupavam apenas 18,7% das vagas reservadas para esse grupo. Já em 2018, o número passou para 50,6%. Esse dado mostra que estamos avançando, mesmo que lentamente.
Todos esses números demonstram a importância de pensar a inclusão de pessoas com deficiência nas empresas. Afinal, temos milhares de pessoas a quem seus direitos são negados. Portanto, uma organização justa precisa garantir o devido espaço para esse grupo entre os seus colaboradores.
Quais leis regulamentam a inclusão de PCDs
Empresas que pretendem apostar em diversidade e inclusão precisam conhecer a legislação que garante os direitos de PCDs. Afinal, um longo caminho de luta foi traçado para que esses direitos fossem garantidos.
Desde 1991 existe a lei nº 8.213, que no Artigo 89 obriga a contratação de pessoas com deficiência em empresas com mais de 100 funcionários. De acordo com a legislação, a proporção mínima de PCDs ou reabilitadas pelo INSS nas empresas deve ser:
I – de 100 até 200 empregados – 2%;
II – de 201 a 500 – 3%;
III – de 501 a 1.000 – 4%;
IV – de 1.001 em diante – 5%.
Contudo, a lei só passou a vigorar e ser fiscalizada, de fato, a partir dos anos 2000, após uma série de regulamentações. Isso atrasou a inclusão de PCDs no mercado de trabalho, mas representou um avanço significativo.
Recentemente, a aprovação da Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência,em 2015, foi outro marco. A legislação determina que todas as instituições, públicas ou privadas, devem garantir ambientes de trabalho acessíveis e inclusivos. Além de proibir qualquer discriminação, seja nas etapas de recrutamento, seleção, contratação, admissão e permanência no emprego de PCDs.
Como promover a inclusão de PCDs
No entanto, não basta seguir a lei para promover um ambiente de trabalho igualitário e livre de discriminação. Há muitas queixas, inclusive, de pessoas com deficiência que se sentem diminuídas em seus locais de trabalho porque acreditam que estão ali apenas para cumprir uma cota numérica. Isso significa que não basta anunciar vagas exclusivas ou contratar apenas alguns profissionais, sem um preparo prévio. É importante que a empresa esteja dedicada a acolher esses funcionários, valorizando suas habilidades e suas contribuições para a organização. A seguir, listamos algumas dicas para fazer isso!
Entenda onde estão os obstáculos
Em primeiro lugar, sua empresa precisa entender quais são os principais obstáculos para a contratação e a inclusão de PCDs. Além das dificuldades materiais de acessibilidade, o engajamento dos gestores e de toda equipe pode ser uma dificuldade.
Nesse sentido, você pode produzir uma pesquisa para entender como os times enxergam a contratação de PCDs hoje, por exemplo. Assim, será capaz de identificar se existe resistência entre os recrutadores ou até mesmo entre as lideranças. Com esses gargalos identificados, vai ficar mais fácil partir para a próxima etapa: a conscientização.
Eduque seus colaboradores
A educação de toda a equipe é outro passo fundamental para promover um ambiente de trabalho realmente inclusivo. É importante trabalhar para conscientizar todos os profissionais da empresa contra comentários, ações e termos preconceituosos.
Contudo, preste atenção. A educação em diversidade e inclusão não pode ser apenas uma ação pontual. São necessários treinamentos constantes e acompanhamento por parte do time de recursos humanos para garantir que esses atributos façam parte da cultura organizacional.
Falando nisso, vale lembrar: o termo usado hoje em dia é “pessoas com deficiência”. Nada de “deficientes” ou “portadores de necessidades especiais”. Essas são expressões ultrapassadas, que não refletem os entendimentos atuais sobre deficiência.
Pense na acessibilidade
O mapeamento de ações para construir uma empresa inclusiva deve pensar também na acessibilidade do ambiente de trabalho. Na estrutura física do escritório, por exemplo, você deve conferir escadas, degraus, largura das portas, acessibilidade nos banheiros, sinalização, entre outros.
Atualmente, a Norma Técnica Brasileira número 9050 (NBR-9050) é o documento que orienta sobre a acessibilidade no país. Não tenha medo de consultá-la sempre que necessário.
Além disso, é importante verificar se as ferramentas de trabalho são acessíveis para os diferentes tipos de deficiência, inclusive as digitais. Busque formas de corrigir possíveis problemas ou adaptar aquilo que não puder ser alterado totalmente. O importante é garantir que a pessoa com deficiência tenha condições de trabalhar em um ambiente adequado para que ela demonstre todas as suas habilidades.
Faça adaptações nos processos seletivos
Os processos seletivos também são formas importantes de promover a inclusão. Afinal, estamos falando da porta de entrada para os novos profissionais.
Por isso, não adianta apenas anunciar vagas exclusivas para PCDs, ainda que isso seja muito importante. Também é fundamental que todos os processos seletivos sejam acessíveis para pessoas com deficiência, sempre que possível.
Não tenha medo de fazer perguntas sobre a deficiência, com naturalidade e delicadeza, é claro. É importante que os candidatos saibam que a empresa está preocupada em fazer as adaptações necessárias em testes ou entrevistas.
Se um profissional surdo, por exemplo, irá passar por entrevista, é importante que a empresa esteja ciente para contratar um intérprete. A mesma coisa se um profissional cego for fazer um teste online que exija ajustes para funcionar com os leitores de tela.
Ofereça um plano de carreira
Como você viu, muitos profissionais com deficiência ainda sentem que não são realmente aceitos dentro de suas equipes. Há quem pense que foi contratado apenas para preencher um número e não porque a empresa realmente confia no seu potencial. Para mudar isso, é muito importante oferecer um plano de carreira atrativo e promover o desenvolvimento individual de cada profissional.
Incentive os supervisores e gestores a fazerem um acompanhamento próximo, deixando claro o que é esperado daquela função e como o funcionário pode evoluir na empresa. Tudo isso vai construir uma experiência muito mais gratificante e satisfatória para toda a equipe.
E se você quiser saber outras dicas para construir a inclusão de PCDs no ambiente de trabalho, acesse nosso artigo sobre o que é diversidade e saiba como avançar ainda mais!
Diversidade e inovação: como esses dois conceitos se relacionam para o crescimento das empresas
Sim, a diversidade é uma das chaves para negócios que querem manter a sua relevância e continuar crescendo. Uma pesquisa da Accenture, consultoria considerada a empresa mais diversa do mundo, estima que o produto interno bruto mundial poderia aumentar em 8 trilhões de dólares até 2028 se a inovação crescesse 10% em todos os países. Mas onde entra a questão da inclusão?
Neste artigo, vamos mostrar por que diversidade e inovação estão relacionadas e quais os benefícios concretos para sua empresa. Além disso, trazemos algumas dicas para implementar uma cultura inovadora no seu time. Boa leitura!
Diversidade e inovação
Reunir pessoas que pensam de forma similar e vem de origens parecidas pode ser mais cômodo para algumas empresas. Mas será que isso é socialmente responsável e economicamente sustentável?
Alguns estudos apontam que não. O relatório Getting to Equal 2019: Creating a Culture That Drives Innovation, da Accenture, mostra que a inovação é seis vezes maior nas empresas com culturas mais igualitárias. E a inovação, como você viu, move as maiores empresas hoje.
Times diversos colocam menos barreiras para inovação
De acordo com o estudo da Accenture, times diversos colocam menos barreiras para a inovação. A consultoria perguntou a pessoas de diversos gêneros, orientações sexuais, idades e etnias o que os impedia de inovar no trabalho.
Nas organizações mais diversas, 40% dos entrevistados responderam que nada estava os impedindo. Enquanto nas empresas menos diversas o percentual que deu essa resposta foi de 7%. Isso mostra que empresas igualitárias oferecem um ambiente mais aberto à criatividade e acolhedor para funcionários de todos os grupos.
Colaboradores têm menos medo de errar
Empresas que são abertas ao erro e o reconhecem como parte do processo costumam ser mais inovadoras. Contudo, quando falamos de grupos minorizados, existe um receio muito grande de falhar e acabar sendo punido de forma desproporcional por isso.
Nesse sentido, promover a diversidade é importante para assegurar aos colaboradores que todos serão acolhidos e podem cometer erros. Segundo o relatório, 85% dos entrevistados em empresas diversas responderam que não têm medo de falhar na busca por inovação. Enquanto nas empresas menos diversas esse percentual foi de 36%.
Líderes diversos incentivam a inovação
A diversidade também é importante porque permite que profissionais tragam suas diferentes experiências para o ambiente de trabalho. Isso ajuda a promover novas ideias, diferentes daquelas que surgiriam de um grupo homogêneo.
Mas é importante que a inclusão esteja em todos os níveis da organização. Uma pesquisa publicada na Harvard Business Review, mostrou que sem lideranças diversas, mulheres têm 20% menos probabilidade de receber apoio às suas ideias do que homens brancos heterossexuais. No caso de pessoas não-brancas, a chance é 24% menor e no caso de LGBTs, 21% menor.
Times diversos solucionam problemas com mais facilidade
Por último, é importante reforçar que times diversos também conseguem solucionar problemas complexos com mais facilidade. Isso tem tudo a ver com inovação, afinal, reflete uma maior criatividade e capacidade de pensar rapidamente.
De acordo com a pesquisadora Sian Beilock, que estuda a presença de mulheres na tecnologia, grupos diversos conseguem produzir sínteses que são mais valiosas do que apenas a soma de seus conhecimentos. Ela explica que esses times conseguem elaborar previsões mais apuradas e tomar decisões melhores.
Uma cultura de diversidade e inovação
O primeiro passo para que diversidade e inovação consigam andar juntas passa por uma profunda mudança na cultura organizacional. É preciso que esses dois atributos sejam compartilhados com toda a equipe e transmitidos aos profissionais que chegam.
Promover um ambiente de trabalho que respeita os indivíduos, garante sua liberdade e protege seu bem-estar é um requisito para que todos se sintam confortáveis para serem criativos.
Incentivar lideranças diversas
Como você viu, líderes diversos garantem que os grupos minorizados da equipe consigam expressar suas ideias com mais confiança. Além disso, é importante que todos os gestores se responsabilizem por metas ligadas à equidade e trabalhem para alcançá-las. Também é fundamental que a empresa incentive essas figuras a serem embaixadoras da cultura. Esses profissionais devem inspirar os demais a serem abertos, inovadores e comprometidos com o fim de qualquer discriminação.
Programas de formação de lideranças para grupos minorizados são uma boa forma de alcançar esse objetivo. Além disso, investir em capacitações e mentorias ajuda bastante.
Garantir um ambiente de trabalho flexível e acessível
Outro aspecto importante para um ambiente de trabalho diverso e inovador é a flexibilidade. Garanta que todas as práticas da empresa sejam acolhedoras e acessíveis para todos os gêneros, raças, idades, configurações familiares, entre outros aspectos.
Também busque adaptar o que for necessário para acolher as diferenças. Pessoas com deficiência, por exemplo, precisam de acessibilidade no trabalho e podem ter que mudar um pouco a forma como a função é executada.
Além disso, oferecer horários flexíveis e possibilidade de home office são aspectos importantes para promover a diversidade de gênero. Já que as mulheres são as maiores responsáveis pelo cuidado com as crianças em casa.
Ao mesmo tempo em que reduzir exigências relacionadas à aparência e às roupas dos funcionários são bastante relevantes para que todos se sintam à vontade no trabalho.
Estimular a criatividade
Garanta que todos os empregados tenham liberdade para criar, independente do gênero, orientação sexual, idade, raça, nacionalidade ou qualquer fator do tipo. Incentive momentos na semana ou no mês que sejam dedicados apenas a esse exercício, sem julgamentos. Também saiba acolher os erros e incentive o aprendizado a partir deles, deixando claro que toda a equipe será tratada com equidade.
Promover dinâmicas com grupos de diferentes times e origens voltadas para solucionar um problema da empresa, por exemplo, são formas de integrar a equipe e ainda estimular a inovação. Esse exercício permite que pessoas diversas se reúnam em torno de um benefício comum e encontrem soluções que, separadas, não achariam.
Combater vieses inconscientes
Preconceitos sutis, que se expressam por meio de comentários ou piadas, podem desencorajar a expressão de grupos minorizados. E, consequentemente, atrapalham a inovação. Por isso, faça campanhas e busque combater todo tipo de discriminação na empresa.
Também procure reduzir os vieses nos recrutamentos, que acabam atrapalhando a contratação de indivíduos diversos. Uma forma de fazer isso é diminuindo a quantidade de exigências durante a contratação. Inclua nos requisitos apenas aquilo que realmente será necessário para a vaga.
Uma das empresas que fez isso foi o Google, que tirou o inglês da sua lista de requisitos para candidatos a estágio. A ideia é que a empresa consiga atrair outras competências e incentive os profissionais contratados a estudarem o idioma após conseguirem a vaga, com bolsas de estudo. Isso permite que a organização chegue em candidatos de diferentes origens, raças e classes sociais.
Criar métricas de diversidade
Por fim, uma forma interessante de acompanhar o desenvolvimento dos seus esforços é criando métricas de diversidade e inclusão. É claro que os resultados não são imediatos, mas aos poucos você pode observar se as ações estão sendo efetivas. Não só para promover um ambiente de trabalho mais criativo, mas também mais saudável.
Nesse sentido, é importante que as métricas não sejam apenas quantitativas. Mas, se possível, qualitativas também. Afinal, não se trata de apenas contratar mais pessoas de grupos minorizados. E, sim, de incluí-las efetivamente na empresa, com uma cultura organizacional acolhedora. É esse movimento que vai realmente abrir as portas para a inovação e para a criatividade no seu ambiente de trabalho.
Gostou de saber mais sobre a relação entre diversidade e inovação? Então continue se aprofundando no assunto. Confira nosso artigo sobre diversidade, equidade e inclusão e veja mais ações para combater a desigualdade!
O que é diversidade: tudo o que você precisa saber para criar um ambiente inclusivo
Além de cumprir a lei, empresas diversas buscam profissionais de diferentes perfis, que possam ser complementares na equipe. Hoje, pesquisas demonstram que essas organizações são mais produtivas e conquistam lucros maiores que as demais. Ao mesmo tempo em que promovem um ambiente de trabalho mais saudável para todos os colaboradores, independente de fazerem parte de um grupo minorizado ou não.
Ficou com curiosidade para entender mais sobre esse assunto? Neste artigo, vamos explicar o que é diversidade e quais os seus benefícios. Também vamos mostrar um pouco sobre o panorama atual do Brasil e traremos dicas práticas para incentivar a diversidade no seu ambiente de trabalho. Boa leitura!
O que é diversidade nas empresas?
O primeiro passo para criar um ambiente de trabalho mais inclusivo passa por entender o que é diversidade. De forma resumida, podemos dizer que se trata de um movimento que busca incluir profissionais com diferentes características e de diversos grupos sociais. Alguns exemplos são:
Idade
Pessoas de diferentes idades trabalhando juntos, sem preconceito com pessoas mais jovens ou mais velhas, o chamado etarismo.
Gênero
Inclusão de mulheres e pessoas trans, não só na equipe como um todo, mas também nos cargos de liderança e ganhando salários iguais aos homens cis que cumprem a mesma função.
Raça
Participação de pessoas negras, amarelas e indígenas no quadro de funcionários, ocupando variadas posições dentro da empresa, sem discriminação.
Religião
Respeito às diferentes crenças presentes no ambiente de trabalho e incentivo à livre expressão da fé.
Sexualidade
Inclusão de profissionais de diferentes orientações sexuais, com todos os direitos garantidos e sem comentários discriminatórios.
Deficiência
Contratação de pessoas com deficiência, promoção da acessibilidade e genuína inclusão desses profissionais em diferentes times e funções.
Região e nacionalidade
Acolhimento migrantes e refugiados na equipe, com o efetivo combate à xenofobia e todas as formas de preconceito que podem atingir esses grupos.
É importante frisar também que não estamos falando apenas sobre contratar profissionais com perfis diferentes uns dos outros. Uma empresa que promove a diversidade deve garantir condições para que todos se desenvolvam de forma igualitária. Ao mesmo tempo em que abraça e incentiva todos esses grupos.
Quais as vantagens?
Aliás, a promoção da diversidade não deve ser tratada como um favor que a organização faz aos profissionais que trabalham ali. Ser tratado com dignidade e ter oportunidades iguais, independente de qualquer característica pessoal, é um direito humano básico. Além disso, hoje sabemos que empresas diversas têm várias vantagens, que incluem até mesmo lucros maiores.
Menor rotatividade
A diminuição do turnover é um dos principais benefícios de empresas diversas. Em um espaço que valoriza a inclusão, é provável que os funcionários se sintam mais valorizados e tenham maior identificação com a empresa.
De acordo com uma pesquisa publicada no Harvard Business Review, funcionários que podem se expressar com maior autenticidade – incluindo sua sexualidade, religião, cultura etc – estão 42% menos inclinados a deixar o trabalho atual no próximo ano.
Isso reduz a rotatividade da equipe, o que permite uma gestão mais inteligente e melhores investimentos no desenvolvimento de cada profissional.
Menos conflitos internos
Outro benefício da diversidade nas empresas é no clima organizacional. Com times mais abertos, que valorizam o respeito e a inclusão, as chances de problemas pessoais entre os colaboradores diminui. É claro que os desentendimentos não vão sumir totalmente, mas com respeito mútuo, costumam ser bem mais fáceis de lidar.
Times mais qualificados
Abrir as portas (e garantir a permanência) de profissionais com origens e características diversas também permite formar equipes mais qualificadas. Afinal, são mais pessoas aplicando e menos barreiras para que elas sejam contratadas.
Hoje, muitos profissionais de alto desempenho são preteridos em processos seletivos por causa de algum preconceito ou viés inconsciente durante o recrutamento. Combatendo isso, a empresa pode encontrar cada vez mais talentos para aumentar o nível dos times.
Além disso, ações de diversidade e inclusão fortalecem a sua marca empregadora, o que faz com que esses profissionais busquem ativamente trabalhar na organização.
Mais inovação
Outra pesquisa publicada no Harvard Business Review mostra que a diversidade na liderança impacta diretamente na capacidade de inovação. Isso não é novidade, se pensarmos que times mais diversos trazem conhecimentos e ideias complementares. Mas os dados comprovam o que muitas empresas percebem na prática.
De acordo com o artigo, empregados em empresas diversas são 45% mais propensos a relatar um crescimento na participação de mercado. Ao mesmo tempo em que têm 70% mais probabilidade de afirmar que a organização chegou a um novo mercado.
Maiores lucros
Empresas que investem na diversidade também costumam ter maiores lucros. Todos os benefícios que citamos até aqui ajudam nisso, como mostrou um relatório da McKinsey & Company, consultoria estadunidense, em 2019.
De acordo com os dados, empresas com diversidade de gênero tiveram lucros 25% maiores que as demais naquele ano. Ao mesmo tempo em que aquelas com diversidade étnico-racial conquistaram uma lucratividade 36% maior.
A diversidade dentro das empresas brasileiras
Mesmo com todos esses benefícios, ainda há um longo caminho para conquistar a diversidade nas empresas brasileiras. Principalmente quando falamos dos cargos de liderança.
Enquanto a população do Brasil é 51,8% mulher e 57,3% negra, indígena ou amarela, 62,6% dos cargos de gestão são ocupados por homens e 68,6% por brancos. Esse é apenas um dos exemplos que mostram como a diversidade ainda precisa avançar de forma significativa no mercado de trabalho.
Além disso, não estamos falando apenas sobre diversidade de gênero ou diversidade racial. Como você viu, há diversos grupos que precisam ser acolhidos e respeitados para que possamos diminuir esses abismos.
Como promover a diversidade no trabalho?
Mas entender o que é diversidade e qual a sua importância não é suficiente para promover mudanças. É importante colocar na prática esses conhecimentos para transformar seu ambiente de trabalho. A seguir, reunimos algumas dicas!
Adequar processos seletivos
Um dos primeiros passos para promover a diversidade cultural nas empresas está nos processos seletivos. É importante que os recrutadores valorizem a diversidade entre os candidatos e saibam combater vieses que podem atrapalhar a isonomia do processo.
No entanto, a responsabilidade não está apenas nesses profissionais. Desde o anúncio das vagas, é importante encorajar grupos minorizados a se candidatarem. Além disso, é importante garantir a acessibilidade para pessoas com deficiência que desejarem participar da seleção.
Incluir a diversidade na cultura
Ao mesmo tempo que contratar profissionais diversos é fundamental, incentivar uma cultura inclusiva é ainda mais importante. Afinal, é isso que vai definir se a organização será capaz de acolher todos os diferentes grupos dentro da equipe.
Sem falar que o combate aos preconceitos é uma longa jornada. Existem muitas posturas discriminatórias que são mais “sutis” e, por isso, a mudança precisa ser internalizada. Só com uma cultura organizacional de valorização da diversidade é que isso pode ser transformado.
Capacitar o time
Contar com a ajuda de especialistas em diversidade e inclusão também pode ser uma opção para empresas que precisam se adequar. Esses profissionais vão ajudar na capacitação da equipe. Principalmente do time de recursos humanos, que precisa ser o embaixador dessas ações até que todos os colaboradores internalizem práticas inclusivas. Por isso, uma consultoria, por exemplo, pode ser o caminho.
Até aqui, mostramos o que é diversidade e como implementá-la na sua organização. Se você gostou, confira também nosso artigo sobre as diferenças entre diversidade, equidade e inclusão para entender melhor o assunto!
O que você precisa saber sobre diversidade de gênero para criar um ambiente mais justo
Aliás, essa luta não vem de hoje. É uma mobilização histórica de movimentos feministas, que foram conquistando espaço aos poucos. O direito de participar em decisões políticas, trabalhar sem a permissão do marido e ocupar determinadas funções chegou para as mulheres brasileiras apenas no século passado. Mesmo assim, ainda há um longo caminho pela frente, principalmente quando falamos de mulheres negras, por exemplo.
Quer entender como construir empresas comprometidas com a superação dessas desigualdades? A seguir, vamos explicar o que é diversidade de gênero, aprofundar sua importância e dar dicas práticas para promover a equidade. Boa leitura!
O que é diversidade de gênero?
A diversidade de gênero busca a paridade entre homens, mulheres e pessoas de outras identidades nas organizações e nos cargos de liderança. A inclusão das mulheres no mercado de trabalho formal é uma conquista do movimento feminista. Mas ainda não foi suficiente para diminuir as lacunas que existem em comparação com os homens.
Atualmente, as brasileiras ganham, em média, 77% do salário masculino para exercer as mesmas funções, segundo o IBGE. Além disso, elas ocupam apenas 37,4% das funções gerenciais, mesmo sendo mais da metade da população brasileira.
A situação fica ainda mais grave quando abordamos a intersecção entre raça e gênero. De acordo com o IBGE, mulheres negras recebem 57% menos do que homens brancos e 42% menos que mulheres brancas.
Ao mesmo tempo, gênero não é apenas um sinônimo para “mulheres”. Quando falamos sobre esse tipo de diversidade, é importante que elas sejam incluídas (tanto cis quanto trans). Mas sem esquecer de outros grupos, como pessoas não-binárias e homens trans, que sofrem formas específicas de preconceito por causa de suas identidades de gênero.
Hoje, grande parte da população trans está excluída do mercado de trabalho formal por causa disso. Infelizmente, ainda existem poucas estatísticas oficiais sobre emprego e renda para esse grupo. Mesmo assim, uma pesquisa da Secretaria Municipal de Direitos Humanos de São Paulo, por exemplo, mostrou que apenas 27% das pessoas entrevistadas têm emprego com carteira de trabalho assinada.
Importância da diversidade de gênero
Como você viu, as lacunas de gênero estão bastante presentes no mercado de trabalho e, inclusive, foram agravadas pela pandemia do Covid-19. Um relatório do Fórum Econômico Mundial indica que a crise gerada pela doença atrasou em 136 anos a paridade entre homens e mulheres no mundo. Em 2020, antes da pandemia, a previsão era que a igualdade fosse alcançada em 99 anos.
Outra pesquisa da Organização Internacional para o Trabalho (OIT) aponta que 4 milhões de mulheres ainda não conseguiram retornar para o mercado de trabalho após a pandemia. Esses indicadores mostram como a desigualdade impacta na vida das mulheres. E porque é importante que as empresas atuem para combatê-la.
Na prática, empresas preocupadas com a diversidade de gênero conseguem construir uma cultura organizacional com mais respeito e melhores condições de trabalho. Nesses espaços, há maior retenção de talentos, mais produtividade e equipes mais criativas. Pois conseguem agregar diferentes vivências dentro de um mesmo time. Essas conclusões são do relatório Women in Business and Management: The Business Case for Change (Mulheres nos Negócios e Gestão: O Case de Negócios para a Mudança), produzido em 2019 pela OIT.
Outra vantagem é que essas organizações têm maior lucratividade. De acordo com uma análise do banco Credit Suisse, empresas com pelo menos uma mulher entre os executivos são, em média, 26% mais produtivas do que aquelas que não tem nenhuma.
Como implementar nas empresas
Agora que você viu como a diversidade de gênero é importante, chegou a hora de colocar em prática ações para um ambiente de trabalho mais justo. A seguir, reunimos algumas dicas que podem ajudar.
Implemente salários iguais
Um dos primeiros passos para uma empresa alcançar a paridade de gênero é a igualdade salarial. Como você viu, mulheres ganham em média 77 centavos para cada real que um homem recebe. Então se a organização em que você atua não tiver um mapa de salários, fazer esse levantamento é fundamental.
Depois, é importante verificar se há discrepâncias entre o salário dos homens e de demais profissionais. Se houver, prepare um plano para adequar os valores e garantir que todos estejam recebendo remunerações justas pela função que exercem.
Combata o assédio
Outra ação importante para garantir um ambiente seguro e plural é o combate ao assédio moral e sexual. De acordo com uma pesquisa do Instituto Patrícia Galvão, 40% das participantes afirmaram que já foram xingadas ou ouviram gritos em ambiente de trabalho, contra 13% dos homens. Além disso, 12% das entrevistadas sofreram agressões sexuais no trabalho.
Por isso, criar um canal de denúncias que preserve a identidade das vítimas e saiba acolhê-las é fundamental para uma empresa que preza pela diversidade. Além disso, fazer campanhas de conscientização, palestras, dinâmicas e outras atividades também ajuda a prevenir esse tipo de situação.
Abra espaços de discussão
Aliás, espaços de diálogo aberto e transparente são uma prática bastante eficiente para empresas que buscam a diversidade. Ter conversas produtivas entre os times, com informações bem embasadas e uma condução responsável ajuda a derrubar barreiras que poderiam impedir denúncias. Assim como auxiliam na educação de toda a equipe, principalmente contra os vieses inconscientes, preconceitos sutis que acabam atrapalhando na inclusão.
No mesmo sentido, criar grupos de afinidade para mulheres, pessoas trans e mães, por exemplo, podem ser formas de incentivar o fortalecimento dessas colaboradoras e colaboradores.
Acolha a maternidade (e a paternidade)
Um elemento que afasta muitas mulheres do mercado de trabalho formal ainda é a falta de inclusão para mães. Por isso, empresas que buscam a diversidade de gênero precisam se preocupar com isso.
É claro que os pais também são responsáveis pelas crianças. Mas pesquisas mostram que são as mães que enfrentam as maiores dificuldades no mercado de trabalho. Por isso, é importante oferecer creche ou auxílio-creche para as funcionárias. Assim como uma licença maternidade que as permita ficar o tempo necessário com o bebê após o parto. Sem o risco de ser demitida poucos meses depois do retorno.
Estimule a liderança feminina
Outro problema grave enfrentado pelas mulheres está na dificuldade para ocupar cargos de gestão. Como mostramos, elas estão em apenas 37,4% dos cargos gerenciais. E, quanto mais alta a função, maior a dificuldade de ocupá-la.
Por isso, é importante que as empresas trabalhem ativamente para incentivar a diversidade de gênero nos cargos de chefia. Não só para mulheres, mas para todas as pessoas trans da equipe. Programas específicos de desenvolvimento de lideranças, por exemplo, são boas opções.
Além disso, é importante que os critérios para promoções estejam disponíveis para toda a equipe, de forma transparente. E sejam sensíveis a aspectos ligados à diversidade.
Atualize os métodos de recrutamento
Por último, vale lembrar que os recrutamentos são um dos fatores mais importantes para garantir a diversidade na sua equipe. Essa é a porta de entrada na empresa e precisa ser acolhedora.
Um relatório do Linkedin mostra que as mulheres se candidatam para 20% menos vagas do que os homens. O motivo, em geral, é que elas sentem que precisam preencher todos os requisitos. Enquanto eles são menos perfeccionistas nesse quesito. Mas não se trata apenas de uma questão comportamental. É o resultado de um mercado que desestimula muitas mulheres.
Por isso, avalie bem as competências que estão sendo exigidas no processo. Será que são realmente relevantes para a vaga? Deixe apenas o que for mesmo necessário e encoraje mulheres e grupos minorizados a se inscreverem. Também faça uma busca ativa e considere abrir vagas exclusivas para mulheres em áreas nas quais elas são menos representadas.
Com ações desse tipo, você pode caminhar para reduzir, aos poucos, a desigualdade e promover espaços mais justos. Gostou de saber mais sobre a promoção da diversidade de gênero nas organizações? Então acesse também nosso artigo sobre diversidade, equidade e inclusão!
O que é diversidade cultural e como lidar com as diferenças culturais nas empresas
Diversidade é mais do que um termo da moda. Trata-se de um atributo que deve ser incorporado na rotina das empresas, em todos os níveis. Afinal, a inclusão e a representatividade tem impactos concretos no bem estar do time e até nos resultados do seu negócio.
Equipes diversas tendem a ser mais criativas, participativas e terem uma melhor retenção de talentos. Mas, na prática, como isso funciona? Neste artigo, vamos aprofundar um pouco mais e mostrar o que é diversidade cultural, por que é importante e como lidar com as diferenças. Boa leitura!
O que é diversidade cultural?
A diversidade cultural existe nas organizações que conseguem agregar pessoas de diferentes religiões, identidades de gênero, sexualidades, raças, nacionalidades, idades e vivências, de modo geral.
Não se trata apenas de ter algumas pessoas que compõem grupos minorizados. Mas sim, de um espaço realmente diverso, no qual cada indivíduo consegue se expressar e se sentir confortável na construção da empresa.
A inclusão que fica apenas no papel é conhecida como “tokenismo”, uma expressão que descreve aqueles espaços que são diversos apenas numericamente. Nesses casos, não há diversidade de fato porque esse atributo não foi incorporado na cultura organizacional e em toda estrutura do negócio. Até existem pessoas de diferentes culturas, mas isso serve apenas para que a empresa se afirme diversa, e não porque entende a importância da diversidade para o ambiente de trabalho.
A importância para sua empresa
A diversidade cultural é uma forma de garantir um ambiente de trabalho mais acolhedor e saudável para todas as pessoas que constroem a organização. Hoje em dia, esse é um dos elementos mais importantes para construir equipes satisfeitas com o trabalho. Mais do que a remuneração, um espaço organizacional que dialogue com o propósito de vida e as motivações dos profissionais é fundamental para atrair e reter talentos.
Além disso, empresas diversas são mais produtivas, ousadas e criativas. Estudos como o Great British Diversity Experiment mostram que o trabalho em equipes com diferenças culturais é mais acolhedor, aberto a novas soluções e emocionalmente inteligente.
No mesmo sentido, a pesquisa “Diversity wins: How inclusion matters” (“A diversidade ganha: como a inclusão importa”), conduzido pela McKinsey & Company em 2019, mostrou que a diversidade cultural também possui um impacto financeiro. De acordo com o estudo, empresas referência em diversidade de gênero tiveram uma lucratividade 25% maior que as demais naquele ano. Enquanto aquelas com diversidade étnica e cultural conquistaram lucros 36% maiores.
Diversidade cultural no Brasil
Mas a pesquisa da McKinsey & Company aponta que ainda existe uma grande lacuna para a inclusão na América Latina. É algo que muitos profissionais já percebem empiricamente e que os dados deixam ainda mais evidentes. Segundo o estudo, a presença de mulheres em cargos executivos era de 8% no continente. Enquanto a diversidade étnico-racial era de 11%.
Para comparação, 51,8% da população brasileira é mulher, enquanto 57,3% é negra, indígena ou amarela, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 2019. Isso mostra o quanto ainda temos a avançar. Sem falar que os estudos não consideram outros fatores, como deficiência, idade, religião e sexualidade, por exemplo, que também são muito importantes.
Quais são os tipos de diversidades?
Inclusive, outro elemento importante quando falamos sobre diversidade cultural é entender quais grupos existem e devem ser incluídos. Isso não significa que essa seja uma lista prescritiva. A beleza da diversidade é justamente que existem muitas pessoas com experiências diferentes, que devem ser respeitadas e acolhidas. Trazemos aqui apenas alguns exemplos para sua empresa prestar atenção.
Diversidade de gênero
A diversidade de gênero é uma das questões mais abordadas nas pesquisas que trouxemos aqui. A inclusão das mulheres em cargos de liderança e o pagamento igualitário são pautas do movimento feminista há mais de um século e muitos avanços foram feitos. Mas, como você viu, ainda não foram suficientes para diminuir a lacuna em comparação com os homens.
Além disso, quando falamos de gênero estamos abordando também pessoas transexuais e outras identidades, como pessoas não-binárias, que enfrentam grandes obstáculos para serem incluídas no mercado de trabalho formal.
Diversidade racial
A diversidade racial também é um desafio para empresas em todo o mundo. Mas no Brasil, como você viu, o problema é ainda mais sério. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o desemprego é maior entre a população negra e os salários são, em média, 31% menores para esse grupo, em comparação com os brancos.
Além disso, a mesma pesquisa mostrou que 68,6% dos cargos de gerência são ocupados por pessoas brancas. Isso mostra que não apenas pessoas pretas, mas também indígenas e amarelas estão sendo excluídos dessas oportunidades.
Diversidade religiosa
A diversidade religiosa é um tema menos falado quando o assunto é inclusão nas empresas. Mas é um fator igualmente importante para construir empresas mais inclusivas.
No Brasil, há diversas práticas religiosas diferentes, sem falar naquelas pessoas que não possuem nenhuma crença. Esse elemento compõem uma parte importante da subjetividade dos profissionais, seus propósitos e motivações. Por isso, é importante que seja respeitado e levado em conta pelas organizações.
Diversidade sexual
Outro grupo minorizado que enfrenta desafios no mercado de trabalho é a população LGBTQIA+. Já abordamos as identidades de gênero logo acima, mas a sexualidade também é um fator importante na promoção da diversidade cultural.
Durante muitos anos, essa questão foi considerada exclusiva da vida privada de cada profissional. Mas a verdade é que os impactos da discriminação sexual estão presentes no trabalho, assim como as piadas, os comentários inadequados e a exclusão de determinados espaços. Dados compilados pelo Grupo Gay da Bahia (GGB) em 2019 apontam que o país enfrenta uma morte por LGBTfobia a cada 23 horas, por exemplo. Tudo isso mostra que, o tema deve sim ser tratado dentro das empresas.
Além disso, há vários outros grupos que compõem organizações diversas, como PCDs, pessoas de idades variadas, diferentes nacionalidades, variadas identidades culturais etc.
Como promover a diversidade?
Agora que você conheceu um pouco mais o que é diversidade cultural, chegou a hora de entender melhor como promover organizações diversas.
Crie uma política de inclusão
O primeiro passo para uma empresa diversa é a criação de uma política de inclusão. Trata-se de uma forma de construir um ambiente mais acolhedor e preparado para lidar com as diferenças culturais. Essa política vai orientar todo o trabalho da equipe e pode desenvolver ações afirmativas e outras iniciativas para promover a equidade.
Combata os vieses inconscientes
Um dos maiores desafios para lidar com a diversidade cultural está nos vieses inconscientes. Formas de preconceito implícitas, que estão bastante enraizadas na mente de cada um.
Busque identificar esses vieses e debatê-los, para que toda a equipe fique atenta a isso. Além disso, procure ser transparente quanto aos métodos de avaliação de performance e promoção, por exemplo. Essa pode ser uma forma de evitar preferências inconscientes.
Promova ações educativas
Construa uma cultura organizacional aberta, que encoraje o debate honesto e produtivo. Mesmo dos tópicos que podem ser difíceis ou tabus. Promova ações de educação de forma constante, com materiais didáticos, dinâmicas e espaços de integração entre a equipe. Essas atitudes farão com que os times tenham maior sensibilidade para a diversidade. E maior facilidade para discutir situações discriminatórias que possam surgir.
Aprimore os processos seletivos
Um elemento muito importante quando falamos sobre diversidade cultural são os processos seletivos. É nessa hora que muitos talentos acabam excluídos da equipe. E isso não acontece apenas por preconceito dos recrutadores. Até mesmo softwares de recrutamento podem ter tendências que perpetuam a discriminação. Por isso, toda a seleção deve ser pensada de forma a incentivar a candidatura de grupos minorizados.
Aprenda a acolher
Por último, é importante que a empresa saiba acolher com empatia toda a diversidade da equipe. Incentive líderes a terem uma comunicação inclusiva, que sinalize seu apoio a todos os grupos que constroem o time.
Busque valorizar as habilidades únicas de cada indivíduo. Inclusive com programas de desenvolvimento de novas lideranças que formem pessoas diversas para ocuparem esses lugares. Afinal, é apenas com esse tipo de atitude que as empresas vão conseguir, efetivamente, promover espaços mais acolhedores.
Gostou dessas dicas e de saber o que é diversidade cultural? Então continue lendo sobre diversidade, equidade e inclusão para promover equipes cada vez mais satisfeitas e abertas.